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Minha mamografia veio alterada. E agora? Entenda o “BI-RADS”

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O laudo é um documento para o paciente com a comunicação formal entre o médico que solicitou o exame e o médico que o realizou. Como é muito importante que esses médicos se entendam com precisão, os laudos foram padronizados para serem feitos com termos bem conhecidos e conclusões fáceis.

A mamografia, o ultrassom e a ressonância magnética são exames de imagens solicitados para avaliar a mamas e a padronização dos laudos servirá para os 3 exames. Geralmente, os laudos virão com uma parte descritiva, uma conclusão e uma recomendação radiológica (por exemplo, complementar com ultrassom, prosseguir investigação com biópsia). Nem sempre a recomendação é o que será feito pelo seu médico.

A conclusão deverá incluir a classificação dos achados. Essa classificação foi padronizada em todo o mundo por médicos especialistas da área e se chama classificação BI-RADS®. É uma classificação utilizada em todo o mundo e que permite comparação de resultados de países muito distantes. Essa classificação tem as seguintes categorias:

 

BI-RADS 0 (zero): Nessa categoria, existe algum achado, não necessariamente grave, mas o médico relator entendeu que não foram ainda usados todos os recursos possíveis para esclarecer o que foi encontrado. Neste caso, é necessário a complementação com ultrassom, ou compressão localizada, ou magnificação, ou mesmo ressonância nuclear magnética. Após esta complementação, o BI-RADS será reclassificado.

 

BI-RADS I: Não existe qualquer achado. Mamografia completamente normal.

 

BI-RADS II: Existe algum achado, mas este é completamente benigno (portanto não é câncer com certeza). Tem o mesmo valor que o BI-RADS I, não traz nenhuma ameaça à paciente e requer nova avaliação clínica e de imagem em 1 ano.

 

BI-RADS III: O radiologista encontrou algo no exame que quase com certeza é benigno e geralmente vem acompanhado da expressão "achado provavelmente benigno". Esse termo não deve trazer insegurança à paciente, pois o risco de câncer é mínima, menor do que 2%, Para paciente que se enquadram nessa categoria, habitualmente é recomendado apenas um acompanhamento com o mesmo exame em seis meses. Caso seja um câncer, esta reavaliação em 6 meses não traz nenhum prejuízo a paciente e a doença ainda estará em fase curável.

 

BI-RADS IV: Neste caso, o achado não pode ser esclarecido apenas pelo exame de imagem. É necessário colher uma amostra da lesão, isto é, a biópsia é necessária. Nessa categoria, a chance de que a paciente tenha câncer vai de pouco mais de 2% até 95%. Esta categoria foi subdividida em três grupos com risco diferente de que seja encontrado câncer.  No grupo 4a, temos quase certeza que o resultado será benigno (risco em torno de 10%), mas não é seguro esperar seis meses para saber o resultado. No grupo 4b, o risco é um pouco maior, mas em geral é de menos de 50%. No grupo 4c, o risco já é de mais de 50%, mas menos de 95%.

 

BI-RADS V: Significa que ele achou algo muito suspeito de ser câncer no exame, com risco maior de 95%. Nesses casos a biópsia também é indispensável. Há casos que não são câncer mas que somente serão esclarecidos através da biópsia.

 

BI-RADS VI: Esta paciente já apresenta uma biópsia comprovando ser portadora de câncer e realiza um exame de imagem evidenciando a lesão mamária.

Autor

Dr Heitor Leandro Paiva Rodrigues

Dr Heitor Leandro Paiva Rodrigues

Ginecologista e Obstetra

Especialização em Titulo de Especialista em Ginecologia E Obstetrícia no(a) FEBRASGO.