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Histerectomia

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A Histerectomia é a cirurgia ginecológica mais realizada no mundo e consiste na retirada do útero. É chamada de total quando é retirado o corpo e colo uterino e subtotal quando o colo do útero é preservado.

 

1)QUAL O MOTIVO DE SE REALIZAR A RETIRADA DO ÚTERO?

 

O útero pode ser retirado devido doenças malignas como câncer de colo uterino, câncer de endométrio, câncer do ovário, leiomiossarcoma uterino, etc.

O útero pode ser também retirado devido a doenças benignas, sendo a mais prevalente a leiomiomatose uterina. Outras patologias benignas de determinam a realização da histerectomia é a endometriose, adenomiose e prolapso uterino.

Após o parto, pode haver a necessidade de retirar o útero por hemorragia puerperal ou endomiometrite (infecção).

 

2)TODAS AS PACIENTES QUE POSSUEM LEIOMIOMATOSE UTERINA PRECISAM REALIZAR CIRURGIA?

 

Não. A leiomiomatose uterina é uma doença benigna muito freqüente nas mulheres, acometendo 40 a 80 % das mulheres. Os sintomas relacionados ao mioma são sangramento uterino anormal, dor pélvica e infertilidade. Apenas 20% das mulheres com miomatose uterina terão sintomas que precisarão de algum tratamento. O mioma com características malignas é extremamente raro com 0,1 a 0,3% de incidência. As pacientes que possuem mioma não necessariamente precisarão de cirurgia. A maior parte das pacientes conseguirão controlar os sintomas com uso de medicamentos, a maior parte anticoncepcionais e hormonais. Esse tratamento melhora o sangramento e a dor relacionada ao mioma mas não faz o mioma reduzir, aumentar ou desaparecer. Na falha do tratamento medicamentoso e no leiomioma de grande volume e rápido crescimento, a cirurgia poderá ser necessária. Esse tratamento cirúrgico poderá ser desde a embolização dos leiomiomas, a retirada apenas dos miomas e mesmo a retirada completa do útero.

 

3)NA CIRURGIA SERÃO RETIRADAS AS TROMPAS?

 

Não há nenhum benefício na manutenção das trompas após a cirurgia de histerectomia. Pelo contrário, a salpingectomia reduz a incidência de tumores malignos da trompa e ovários. Além disso, a permanência da trompa pode gerar cistos e novas cirurgias podem ser necessárias. Sempre que possível as duas trompas deverão ser retiradas.

 

4)NA CIRURGIA SERÃO RETIRADOS OS OVÁRIOS?

 

Não. Os ovários somente deverão ser retirados se constatado que estão doentes durante a cirurgia; ou nas mulheres na menopausa acima de 55 anos; ou na paciente com endométriose severa. A retirada inadvertida dos ovários precocemente, pode aumentar a incidência de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, e osteoporose. Em caso de necessidade de retirada precoce dos ovários, a terapia de reposição hormonal deverá ser discutida.

 

5)QUAIS SÃO OS RISCOS CIRÚRGICOS ASSOCIADOS COM A HISTERECTOMIA?

 

Os riscos intra-operatórios são sangramento, necessidade de transfusão, lesão vesical, lesão intestinal, lesão ureteral, cicatrizes abdominais inestéticas e necessidade  de novas cirurgias. A longo prazo, as pacientes podem evoluir com dor pélvica crônica, incontinência urinária, disfunção sexual e constipação intestinal. A maior parte das pacientes que realiza histerectomia vive bem sem o útero e não apresentam nenhuma intercorrência durante e após a cirurgia.

 

6)QUAL CIRURGIA DEVE SER REALIZADA: VIA VAGINAL, ABDOMINAL OU VIDEOLAPAROSCÓPICA?

 

Vaginal. A via vaginal está associada com menores riscos intra-operatórios, menor sangramento, menor duração da cirurgia, menor tempo de internação, menor tempo de recuperação (20 a 30 dias), menor dor no pós-operatório, menor necessidade de medicações para dor e ausência de cicatrizes abdominais inestéticas.

Infelizmente, a cirurgia via vaginal não é factível para todas as pacientes. Nas pacientes com leiomiomas de grande dimensões ou útero com mobilizada reduzida devido a patologias pélvicas (endometriose, doença inflamatória pélvica) outra via cirúrgica deverá ser discutida.

 

7)QUAIS AS IMPLICAÇÕES DA CIRURGIA PARA A PACIENTE?

 

A paciente não irá mais menstruar e não poderá ter mais filhos. Conseguirá ter uma excelente qualidade de vida no pós-operatório

 

8)QUAL O TEMPO DE INTERNAÇÃO E RECUPERAÇÃO?

 

A paciente deverá ficar internada por 1 a 2 dias e poderá voltar as suas atividades habituais após 4 a 8 semanas. A paciente não poderá ter relações sexuais por 4 a 8 semanas. A recuperação é mais rápida na histerectomia vaginal.

 

9)NA HISTERECTOMIA VAGINAL EXISTEM PONTOS?OS PONTOS PRECISAM SER RETIRADOS?

 

Os pontos da histerectomia vaginal são todos internos, não visíveis, no fundo da vagina e não precisam ser retirados.

 

10)APÓS A RETIRADA O ÚTERO, É NECESSÁRIO COLHER PAPANICOLAOU?

 

Não é necessária a coleta da lâmina Papanicolaou após a retirada o útero, exceto se foi realizada a cirurgia de histerectomia subtotal com permanência do colo uterino. No entanto, a paciente manterá a rotina ginecológica anual com exame ginecológico anual.

 

11)APÓS A HISTERECTOMIA, OS SINTOMAS DE SANGRAMENTO E DOR MELHORARÃO?

 

Sim. Após a histerectomia o sangramento uterino anormal não mais ocorrerá, a dor pélvica e na relação poderá melhorar e a qualidade de vida melhorará.

Autor

Dr Heitor Leandro Paiva Rodrigues

Dr Heitor Leandro Paiva Rodrigues

Ginecologista e Obstetra

Especialização em Titulo de Especialista em Ginecologia E Obstetrícia no(a) FEBRASGO.