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Terapia de Reposição Hormonal

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A reposição hormonal traz de volta ao organismo os hormônios estrogênio e progesterona, anteriormente produzidos pelos ovários, de modo a amenizar e/ou reverter os sintomas da menopausa, tais como ondas de calor, depressão, ressecamento vaginal, falta de libido, entre outros.

Os estudos que nortearam a reposição hormonal foram o HERS e WHI. A terapia de reposição hormonal é feita com hormônios bioidênticos (idênticos ao que ovário produzia) e deve ser individualizada para cada mulher, valorizando a sua história clínica, as patologias associadas, as experiências prévias com hormônios, os exames e suas expectativas. Pode ser realizada por comprimidos, adesivos ou géis.  O hormônio principal a ser reposto é o estrogênio e, na mulher que possui útero, tem existir sempre a oposição da progesterona.

Os anticoncepcionais não são medicações idéias para reposição hormonal por possuírem hormônios sintéticos.  Em alguns casos, a reposição também pode ser realizada com hormônio masculino, a testosterona, principalmente na presença de sintomas sexuais.

Nas pacientes com contra-indicação para reposição hormonal ou que não desejam a reposição hormonal, medicações não hormonais podem amenizar os sintomas sem repor os hormônios em queda, tais como inibidores de receptação de serotonina (venlafaxina, paroxetina, sertralina), clonidina, fitoterápicos (derivados de soja, cimicifuga racemosa).

Outros tratamentos não medicamentosos podem ser utilizados como acupuntura, relaxamento, meditação, etc.

Os primeiros resultados da reposição hormonal aparecem, geralmente, após um mês do início do tratamento.

 

A reposição hormonal é obrigatória para todas as mulheres?
 

Não. Após os estudos HERS e WHI, a terapia de reposição hormonal (TRH) é indicada para mulheres que têm a síndrome do climatério com sintomas exuberantes provocados pela falta de estrogênio, como ondas de calor, sudorese noturna, secura vaginal, insônia, alteração do humor, etc.

O hormônio pode ser utilizado para a prevenção da osteoporose, mas não é utilizada para a prevenção da doença cardiovascular, a qual é feita com atividade física e controle dos fatores de risco.

Há mulheres que sentem um único sintoma e o tratamento pode específico para este referido sintomas. As mulheres que não apresentam nenhuma alteração em seu bem-estar e na qualidade de vida não precisam de terapia hormonal. Apenas 20 a 40 % das mulheres no climatério pós-menopausa irão precisar de reposição hormonal.

Nas mulheres que apresentam histórico de neoplasia maligna hormônio-dependente (por exemplo, câncer de mama), trombose e doença cardiovascular (infarto e acidente vascular cerebral) a terapia hormonal é contra-indicada devido ao risco dessas doenças se desenvolverem.

 

A TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL AUMENTA O RISCO DE NEOPLASIA MALIGNA DA MAMA?

 

Sim. No entanto, este aumento é muito discreto passando de 30 casos por grupo de 10 mil pessoas nas mulheres não usuárias para 38 casos a cada 10 mil mulheres usuárias.

 

A REPOSIÇÃO HORMONAL ENGORDA?
 

Não. Após a menopausa e com a idade ocorre uma redução do metabolismo basal e o que não é utilizado no gasto calórico energético do organismo e estocado em forma de gordura aumentando o peso corpóreo. Além disso, a falta de estrogênio aumenta o acúmulo de gordura abdominal, como o que acontece nos homens. Isso aumenta o risco de diabetes, colesterol e doenças cardiovasculares. Aí entra a importância da atividade física no controle do peso, diabetes, colesterol e doenças cardiovasculares.

Algumas terapias hormonais podem aumentar o ganho de peso devido a inchaço e retenção hídrica. No entanto, esse ganho nunca é maior que 1 kg. Desta forma, o que engorda é entrar na menopausa e não a reposição hormonal.

 

O HORMÔNIO PODE DEIXAR O CABELO E PELE MAIS BONITOS?
 

Sim. A reposição hormonal melhora a elasticidade da pele, o cabelo tende a ficar mais bonito e volumoso. No entanto, essas alterações são discretas e o hormônio não deve ser prescrito unicamente para esse fim. O tratamento dermatológico pode surtir mais efeito que o hormônio no cabelo e na pele, com menos riscos.

 

O HORMÔNIO PREVINE OU PROVOCA DOENÇAS CARDIOVASCULARES?

 

Se a terapia hormonal é prescrito no início da menopausa, ele ajuda a diminuir a incidência de doenças cardiovasculares. Se prescrito após 5 a 7 anos da menopausa,  o risco pode aumentar.

O estrógeno ajuda a evitar o depósito de gorduras e cálcio na parede das artérias.  Se a reposição hormonal for realizada o efeito benéfico sobre a deposição de gorduras nas artérias se mantêm. Com o passar dos anos, mesmo com a reposição hormonal a alteração das paredes das artérias pode ocorrer. Se a reposição hormonal se mantiver após 5 anos ou se a reposição for instituída muito tardiamente, o risco de doença cardiovascular por aumentar.

A reposição pode ajudar inicialmente, mas a atividade física e a dieta adequada é a terapêutica mais importante na prevenção da doença cardiovascular.

 

O TRATAMENTO PODE EVITAR O APARECIMENTO DOS SINTOMAS SEXUAIS COMO REDUÇÃO DA LIBIDO E SECURA VAGINAL?
 

Sim. O hormônio melhora a lubrificação vaginal e a falta de libido. Na paciente menopausada que mantêm uma reposição hormonal adequada e não apresenta uma melhora importante da libido, a reposição de testosterona pode ser necessária.

 

COM A REPOSIÇÃO HORMONAL, A MULHER PODE VOLTAR A MENSTRUAR?

 

Sim. Existe a possibilidade de reposições hormonais cíclicas que melhoram os sintomas do climatério e que mantêm o ciclo menstrual.

As mulheres na pré-menopausa, isto é, que ainda menstruam e que já começam a aparecer os sintomas climatéricos, a terapia de reposição hormonal pode ser iniciada. No entanto, a reposição contínua nesta mulher que ainda menstrua pode provocar irregularidade menstrual e não necessariamente deixará a mulher sem menstruar. Neste caso, a reposição cíclica pode ter um resultado interessante.

Algumas mulheres que realizam reposição hormonal contínua podem ter escapes menstruais associados com o uso da medicação. Geralmente, a paciente não apresenta nenhum problema ginecológico e os escapes menstruais estão mais associados com a dose e com o tipo do hormônio utilizado.

Pacientes com leiomiomatose uterina e pólipos uterinos não possuem contra-indicação para terapia hormonal, mas podem ter escapes menstruais mais freqüentes.

 

 

 

Autor

Dr Heitor Leandro Paiva Rodrigues

Dr Heitor Leandro Paiva Rodrigues

Ginecologista e Obstetra

Especialização em Titulo de Especialista em Ginecologia E Obstetrícia no(a) FEBRASGO.