Gostou do artigo? Compartilhe!

Telas Sintéticas para Correção do Prolapso Genital

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

Prolapso de órgãos pélvicos é definido como o deslocamento de um ou mais órgãos pélvicos (útero, vagina, bexiga e intestino) da sua posição anatômica habitual por insuficiência no suporte dos tecidos de fixação (Vide Post sobre Prolapso Genital).

A prevalência de prolapso, na população feminina adulta, é de 30,8%, dos quais 21% estarão no estádio 3 aos 70 anos. O risco das mulheres serem submetidas à cirurgia para correção de prolapso ou incontinência até os 80 anos é de 11%.

O insucesso da cirurgia sitio-especifica na correção do prolapso, com recorrência da patologia, pode chegar até 30%, principalmente do compartimento anterior e apical. Esse índice elevado de recorrência estimulou a busca de variados tipos de materiais e técnicas cirúrgicas para possibilitar o reforço do assoalho pélvico.

As técnicas de reforço cirúrgico do assoalho pélvico via acesso vaginal ou via acesso abdominal são consideradas válidas. O uso de telas via acesso vaginal, para corrigir o prolapso de órgãos pélvicos, tem o propósito de reduzir a morbidade, simplificar a técnica e melhorar os resultados de longo prazo. As principais complicações associadas à utilização de telas absorvíveis ou sintéticas pelo acesso vaginal são: erosão dos tecidos adjacentes para dentro de órgãos ocos como bexiga, intestino e reto, extrusão de faixa para a vagina, infecção, fístula e dispaurenia.

As telas utilizadas para tratamento do prolapso anterior e apical podem ser usadas isoladamente para reforço do assoalho pélvico ou em associação a outras técnicas de correção e reforço. As telas podem ser de materiais biológicos naturais (fáscia lata ou do reto abdominal), enxertos alográficos (fáscia cadavérica humana), xenoenxertos (derivados de pele ou mucosa de intestino delgado suíno), sintéticas absorvíveis (poliglactina), e sintéticas não absorvíveis (polipropileno, politetrafluroetileno e polietileno). A tela pode ter fibra monofilamentar ou multifilamentar, ser macroporosa (poros maior que 75 microns) ou microporosa (com poros menores que 75 microns).

As telas para prolapso anterior e apical são amplamente utilizadas enquanto as telas para prolapso posterior são proscritas da prática clínica e cirúrgica. As telas sintéticas mais utilizadas são as sintéticas, macroporosas e de baixa gramagem.

 

Autor

Dr Heitor Leandro Paiva Rodrigues

Dr Heitor Leandro Paiva Rodrigues

Ginecologista e Obstetra

Especialização em Titulo de Especialista em Ginecologia E Obstetrícia no(a) FEBRASGO.